Por um valor simbólico, apenas R$1,99, esse ebook apresenta todos os dez romances de Machado de Assis, revisados de acordo com a nova Reforma Ortográfica e com índice ativo completo, isto é, pode-se acessar cada um e também seus capítulos.
No entanto, não espere por biografia do autor, análises críticas, comentários ou notas de rodapé. Se você não estiver interessado nesses extras, recomendo a compra. Por sinal, com muitas horas de leitura pela frente, conhecer Machado é um privilégio.
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Obras Completas de Machado de Assis I: Romances Completos (Edição Definitiva) (Portuguese Edition) Kindle Edition
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Todos os romances de Machado de Assis organizados em um só volume, atualizados com a nova ortografia e organizados com índice ativo compatível com todos os leitores Kindle. O leitor e a leitora encontrarão as seguintes obras: "Ressurreição" (1872), "A Mão e a Luva" (1874), "Helena" (1876), "Iaiá Garcia" (1878), "Memórias Póstumas de Brás Cubas" (1881), "Casa Velha" (1885), "Quincas Borba" (1891), "Dom Casmurro" (1899), "Esaú e Jacó" (1904) e "Memorial de Aires" (1908). --- Confira todos os volumes da série: Obras Completas de Machado de Assis I: Todos os Romances Obras Completas de Machado de Assis II: Coletâneas de Contos Obras Completas de Machado de Assis III: Teatro Completo Obras Completas de Machado de Assis IV: Poesia Completa Obras Completas de Machado de Assis V: Crítica Completa Obras Completas de Machado de Assis VI: Crônica Completa Obras Completas de Machado de Assis VII: Histórias de Folhetim 1 (1858-1876) Obras Completas de Machado de Assis VIII: Histórias de Folhetim 2 (1877-1906) Obras Completas de Machado de Assis IX: Cartas
- LanguagePortuguese
- Publication dateMarch 4 2015
- File size2345 KB
Popular Highlights in this book
- Aplausos, quando os não fundamenta o mérito, afagam certamente o espírito e dão algum verniz de celebridade; mas quem tem vontade de aprender e quer fazer alguma coisa, prefere a lição que melhora ao ruído que lisonjeia.Highlighted by 969 Kindle readers
- Cada estação da vida é uma edição, que corrige a anterior, e que será corrigida também, até a edição definitiva, que o editor dá de graça aos vermes.Highlighted by 667 Kindle readers
- A felicidade é isto mesmo; raro lhe sobra memória para as dores alheias.Highlighted by 256 Kindle readers
Product details
- ASIN : B00UB12NY4
- Language : Portuguese
- File size : 2345 KB
- Text-to-Speech : Enabled
- Screen Reader : Supported
- Enhanced typesetting : Enabled
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- Sticky notes : On Kindle Scribe
- Print length : 1948 pages
- Best Sellers Rank: #326,254 in Kindle Store (See Top 100 in Kindle Store)
- #176 in Romance in Portuguese
- #4,122 in Romance Anthologies (Kindle Store)
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My name is Machado . I am the author of this book . this book gives us motivational Strength and also gives us moral value.
Popular titles by this author
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4.8 out of 5 stars
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Leila de Carvalho e Gonçalves
5.0 out of 5 stars
Dez Romances
Reviewed in Brazil 🇧🇷 on December 7, 2015Verified Purchase
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Mario Sergio Porto (Autor)
5.0 out of 5 stars
Todos os romances em um só local. Uma dádiva!
Reviewed in Brazil 🇧🇷 on June 13, 2016Verified Purchase
Machado dispensa apresentações e elogios já está suficientemente bem colocado na literatura brasileira e mundial.
O que se destaca em uma versão com esta é a facilidade de acesso a todos os seus romances. De acordo com o novo acordo ortográfico e com índice ativo completo.
Interessante na estrutura de suas narrativas é construção das frases no estilo do século 19 e o uso de alguns termos para os quais temos que consultar muitas vezes o dicionário. Os capítulos curtos também é uma característica não muito utilizada nos romances modernos. Seu estilo romântico do século 19 não recomenda que suas obras sejam colocadas como leituras obrigatórias para alunos de escolas em tenra idade, sua linguagem e densidade de ideias não são fáceis para a geração do twitter. É preciso deixar que amadureçam um pouco para terem uma chance de apreciá-lo em vez de desenvolverem aversão.
Gostaria de recomendar, para os que não leram, o título Ressurreição (1872), o primeiro romance de Machado, considerado de sua fase menor, mas nem por isso o considero menor, pois é uma grande história com inspiração shakespeariana.
Só como mostra, vejam que fina descrição de um personagem:
"Felix, apenas se achou livre, foi buscar a filha do coronel, interessante criança de dezessete anos, figura delgada, rosto angélico, formas graciosas, toda languidez e eflúvios. Era uma dessas mulheres que fazem o mesmo efeito que um vaso de porcelana fina: toca-se-lhes com medo de as quebrar.
O que se destaca em uma versão com esta é a facilidade de acesso a todos os seus romances. De acordo com o novo acordo ortográfico e com índice ativo completo.
Interessante na estrutura de suas narrativas é construção das frases no estilo do século 19 e o uso de alguns termos para os quais temos que consultar muitas vezes o dicionário. Os capítulos curtos também é uma característica não muito utilizada nos romances modernos. Seu estilo romântico do século 19 não recomenda que suas obras sejam colocadas como leituras obrigatórias para alunos de escolas em tenra idade, sua linguagem e densidade de ideias não são fáceis para a geração do twitter. É preciso deixar que amadureçam um pouco para terem uma chance de apreciá-lo em vez de desenvolverem aversão.
Gostaria de recomendar, para os que não leram, o título Ressurreição (1872), o primeiro romance de Machado, considerado de sua fase menor, mas nem por isso o considero menor, pois é uma grande história com inspiração shakespeariana.
Só como mostra, vejam que fina descrição de um personagem:
"Felix, apenas se achou livre, foi buscar a filha do coronel, interessante criança de dezessete anos, figura delgada, rosto angélico, formas graciosas, toda languidez e eflúvios. Era uma dessas mulheres que fazem o mesmo efeito que um vaso de porcelana fina: toca-se-lhes com medo de as quebrar.

Ronaldo Trentini
5.0 out of 5 stars
Nada como retornar ao mestre!
Reviewed in Brazil 🇧🇷 on August 16, 2016Verified Purchase
Eu estava me sentindo péssimo. Como pessoa e como autor. Principalmente como autor. Então decidi seguir um velho conselho que eu mesmo costumo repetir para quem está começando: Leia os clássicos. E ninguém é tão clássico quanto Machado de Assis. Deslizar por sua narrativa sutil, relembrar a delicada construção dos seus personagens, cuidadosamente descritos não apenas em seus aspectos físicos, mas, principalmente, em seus comportamentos. Redescobrir Machado de Assis, depois de tantos anos, é sempre uma experiência revigorante.

Henrique
5.0 out of 5 stars
Fundamental
Reviewed in Brazil 🇧🇷 on November 19, 2018Verified Purchase
Os romances de Machado nos fazem mergulhar num mundo verdadeiramente humano, cheio de incertezas. A atemporalidade de seus escritos é o que os tornam tão aclamados. Independente da época em que foram escritos, eles tocam na essência das pessoas e, com sutileza, escancaram suas ambiguidades e fraquezas, não raro adornadas e mascaradas. Quincas Borba, por exemplo, era louco por expor sua humanidade.
Alguns romances fáceis, outros difíceis, temos neles uma viagem ao Brasil do século XIX, um século que ainda se faz presente no Brasil do século XXI. Ainda que alguns tenham sido lidos na época de escola, a leitura feita depois de um tempo, na forma cronológica proposta, com um pouco mais de maturidade, fez realçar ainda mais a beleza que é sua obra e como ela foi evoluindo. Uma estratégia usada por mim foi intercalar cada romance a um outro livro de outros autores para que não me cansasse tanto e pudesse seguir para o próximo romance mais disposto. É um grande privilégio poder ter acesso a estes escritos e poder confirmar o muitos já constataram: sua grandiosidade.
"Ressurreição" (1872) - Primeiro romance de Machado, temos aí a tensa relação entre Lívia, a viúva, e Félix, o médico. A tensão é marcada pela inconstância emocional de Félix, sempre desconfiado e indeciso. O final foi digno. Ah se fôssemos capazes, nas ocasiões mais cruciais, de fazermos escolhas sensatas diante de todas as pistas de que dispomos ao vislumbrarmos um cenário fadado ao insucesso, ainda que o coração peça o contrário. Excelente!" Nota: 5
"A Mão e a Luva" (1874) - Segundo romance de Machado, neste temos um maior aprofundamento na essência das personagens, de tal maneira que não há mocinhos nem vilões, mas seres humanos que conseguem domar os ímpetos do coração em prol de algum interesse, objetivo. Guiomar nos é apresentada como aquela moça fria, objetiva e calculista. Estevão, aquele rapaz pelo qual sentimos pena. Jorge, aquele a quem somos indiferente. Luis Alves, o que não deveria nos impressionar, pois, como foi minuciosamente descrito, sempre soube tomar com maestria as rédeas do coração. Um livro que nos convida a pensar uma vez mais sobre o caráter humano ao questionar o amor desinsteressado. Excelente!" Nota: 5
"Helena" (1876) - Terceiro romance de Machado, foi o que mais me surpreendeu até agora. O estilo folhetinesco favoreceu a criação de uma tensão ao longo de toda o drama vivido por Helena e Estácio. A narrativa começa com a morte do pai de Estácio e do alvoroço criado ao abrir-se o testamento do falecido. É aí que Helena entra na história, causando um abalo na família. O romance aborda um tema ainda hoje bastante polêmico, mas desenvolvido de uma maneira que deixa evidente um desfecho essencialmente romântico, mas não menos surpreendente. A leitura é agradabilíssima e ler uma obra dessas hoje é um deleite. Sigamos para a próxima: Iaiá Garcia, a última obra dessa fase romântica de Machado." Nota: 5
"Iaiá Garcia (1878) - último romance da fase romântica de Machado, possui um enredo que não me agradou tanto quanto os anteriores. Talvez seja pela previsibilidade e do excesso de romantismo atribuído à Estela e Jorge. Os devaneios por amor nesta obra foram elevados à décima potência e isso, aos olhos modernos, soa um tanto forçado por demais. Fora isso, é uma obra digna de nota pela forma como é contada: deixa o leitor órfão quando acaba. Sigo agora para sua mais famosa obra e que catapultou Machado ao Realismo brasileiro. Vamos ver como será relê-la com outros olhos depois de tanto tempo..." Nota: 4
"Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881) - não é de se admirar que tal obra seja alçada a uma das melhores já escritas. É contrastante a guinada de Machado a um estilo escrita e abordagem que rompe com o que vinha compondo até então. A densidade da obra é enorme. O humor ácido, a ironia, a sátira, os problemas sociais e políticos, a filosofia, o escancaramento do caráter humano, com a loucura, o adultério, a mesquinhez e a hipocrisia, pra citar o que me veio à cabeça . Tudo isso narrado por Brás, o managão, o pelintra, nosso narrador morto, o que já não tem apego às formalidades e convenções sociais para lhe impor o freio do que se tem a dizer. A liberdade de já estar do outro lado da vida confere a esta obra uma experiência de leitura fantástica, em que todos esses aspectos estão entremeados e em perfeita sintonia, sem meias palavras. Apesar dos 160 capítulos, todos curtíssimos, é uma leitura pesada, mas não menos recomendada." Nota: 5
"Casa Velha (1885) - o segundo romance da fase realista de Machado retoma o tema abordado em Helena, o relacionamento entre irmãos. Obra curta, obscurecida pelo impacto causado pelo romance anterior, Memórias Póstumas de Brás Cubas, Casa Velha dá nova roupagem a um tema já debatido sem acrescentar algo novo. Talvez seja por isso um dos motivos, dentre outros, de o título do romance ser este. Sem dúvidas, Helena é melhor." Nota: 2
"Quincas Borba" (1891) - Sétimo romance de Machado de Assis e terceiro de sua fase realista, Quincas Borba é magnífico. Pensava que fosse ser tão chato quanto a parte dedicada ao personagem em Memórias Póstumas. Sim, Quincas Borba faz uma ponta em Memórias, como amigo de Brás Cubas. Ali entramos em contato com a filosofia Humanista e com todo o devaneio de Quincas. Parte chata, difícil. Mas qual não foi minha surpresa quando leio o livro desse personagem! É certo que não se vai em miudezas sobre sua origem, nem sobre como chegou a ficar louco. A parte inicial já traz a temática mais conhecida do livro e não menos impactante: 'ao vencido, ódio e compaixão; ao vencedor, as batatas'. Ela é explicada a Rubião, amigo de Quincas. Neste ponto do livro o leitor já entende como Rubião pode ter chegado à circunstância onde se encontrava na primeira página do livro. E ainda temos o cachorro, que confere à obra um humor e uma pena sem igual. Depois vamos entrando em contato com outros personagens, como o casal Sofia e Palha e outras histórias paralelas, que achei desnecessárias serem expostas da maneira tão exaustiva como foram. No geral, é um livro complexo sim, que explora máxima do vencedor, as batatas, mas é excelente. Não é difícil de ser compreendido, afinal os temas tratados são muito humanos: a ganância, o interesse, a dissimulação, a ironia, a hipocrisia, etc. A humanização dos personagens não permite maniqueísmos. Pena mesmo me deu o Quincas Borba, o cachorro, uma das extravagâncias do seu dono..." Nota: 4
"Dom Casmurro" (1899) - Oitavo romance de Machado de Assis e quarto de sua fase realista, compõe, junto com Memórias e Quincas Borba, a tríade mais aclamada de seus escritos. O início do livro é arrastado, confesso, mas aos poucos vamos saindo do marasmo até conhecermos Escobar, amigo de Bentinho, o narrador. Há quem veja que Bentinho idealizava até demais essa amizade... A partir daí temos todos os elementos que tornam este romance um dos mais enigmáticos e incríveis da literatura: afinal, Capitu traiu ou não traiu? O leitor está a todo momento sob influência de Bentinho, que conta a história sob sua perspectiva de uma maneira sedutora. Dessa forma, ele tem nas mãos o poder de fazer com que sua visão dos acontecimentos seja a verdadeira. É mais ou menos o que acontece com o livro Lolita do Nabokov. Mas o que torna Dom Casmurro ainda mais atraente é que ainda que o leitor veja com ceticismo a visão de Bentinho, supostamente traído pelo amigo e pela esposa, não é possível bater o martelo e contradizê-lo. O tema da traição não é novo em Machado, mas neste romance temos a complexidade da mentalidade humana como elemento adicional. Assim, o não dito (no caso, a versão de Capitu e de Bentinho) e o que está nas entrelinhas também devem ser levados em consideração para uma leitura enriquecedora e para compreender a grandiosidade dessa obra." Nota: 5
'Esaú e Jacó' (1904) - Nono romance de Machado e quinto de sua fase realista, este livro centra-se em questões essencialmente políticas. O contexto histórico em que foi escrito é turbulento e Machado traduz a polarização crescente no Brasil república por meio de dois irmãos gêmeos que, apesar de rivais, possuiriam um futuro promissor. Coisas futuras. Então fica a dica desde já: a leitura de Esaú e Jacó deve estar focada no contexto histórico-político de transição entre a monarquia e a república, sobretudo nas partes mais romanceadas. São nelas que Machado demonstra toda sua maestria em explorar posições conservadoras e revolucionárias e o total alheamento do povo no processo de transformação nacional. Além disso, deixa claro que posições políticas são negociáveis ao bel prazer da direção dos ventos e que tudo é uma questão de acomodação de interesses. Um livro para aprender mais a respeito do Brasil." Nota: 5
'Memorial de Aires' (1908) - Décimo e último romance de Machado e sexto de sua fase realista e coincide com ano de sua morte, é um livro que menos me encantou. Feito com base nas anotações do diplomata aposentado, o Conselheiro Aires, o memorial retrata o cotidiano de Fidélia, Tristão e o casal Aguiar. As anedotas já não contam com a ironia e o sarcasmo típico de Machado, nem as observações políticas ácidas, o que eu não esperava, dado o período retratado no livro (1888-1889). Ao contrário, elas estão permeadas de uma impotência misturada a uma valorização do que se foi, de um processo de reconhecimento e aceitação da velhice. O que mais me chamou a atenção ao longo de todo o livro foi essa ambivalência entre a morte e a velhice, sobre essa contingência da vida em que não há muito que ser feito, tão-somente aceitar. Ao final do livro, fica-me esses dois excertos dito pelo Conselheiro ao desembargador, que acaba por não compreendê-los: "a mocidade tem o direito de viver e amar, e separar-se alegremente do extinto e do caduco"; "se os mortos vão depressa, os velhos ainda vão mais depressa que os mortos"." Nota: 2
Alguns romances fáceis, outros difíceis, temos neles uma viagem ao Brasil do século XIX, um século que ainda se faz presente no Brasil do século XXI. Ainda que alguns tenham sido lidos na época de escola, a leitura feita depois de um tempo, na forma cronológica proposta, com um pouco mais de maturidade, fez realçar ainda mais a beleza que é sua obra e como ela foi evoluindo. Uma estratégia usada por mim foi intercalar cada romance a um outro livro de outros autores para que não me cansasse tanto e pudesse seguir para o próximo romance mais disposto. É um grande privilégio poder ter acesso a estes escritos e poder confirmar o muitos já constataram: sua grandiosidade.
"Ressurreição" (1872) - Primeiro romance de Machado, temos aí a tensa relação entre Lívia, a viúva, e Félix, o médico. A tensão é marcada pela inconstância emocional de Félix, sempre desconfiado e indeciso. O final foi digno. Ah se fôssemos capazes, nas ocasiões mais cruciais, de fazermos escolhas sensatas diante de todas as pistas de que dispomos ao vislumbrarmos um cenário fadado ao insucesso, ainda que o coração peça o contrário. Excelente!" Nota: 5
"A Mão e a Luva" (1874) - Segundo romance de Machado, neste temos um maior aprofundamento na essência das personagens, de tal maneira que não há mocinhos nem vilões, mas seres humanos que conseguem domar os ímpetos do coração em prol de algum interesse, objetivo. Guiomar nos é apresentada como aquela moça fria, objetiva e calculista. Estevão, aquele rapaz pelo qual sentimos pena. Jorge, aquele a quem somos indiferente. Luis Alves, o que não deveria nos impressionar, pois, como foi minuciosamente descrito, sempre soube tomar com maestria as rédeas do coração. Um livro que nos convida a pensar uma vez mais sobre o caráter humano ao questionar o amor desinsteressado. Excelente!" Nota: 5
"Helena" (1876) - Terceiro romance de Machado, foi o que mais me surpreendeu até agora. O estilo folhetinesco favoreceu a criação de uma tensão ao longo de toda o drama vivido por Helena e Estácio. A narrativa começa com a morte do pai de Estácio e do alvoroço criado ao abrir-se o testamento do falecido. É aí que Helena entra na história, causando um abalo na família. O romance aborda um tema ainda hoje bastante polêmico, mas desenvolvido de uma maneira que deixa evidente um desfecho essencialmente romântico, mas não menos surpreendente. A leitura é agradabilíssima e ler uma obra dessas hoje é um deleite. Sigamos para a próxima: Iaiá Garcia, a última obra dessa fase romântica de Machado." Nota: 5
"Iaiá Garcia (1878) - último romance da fase romântica de Machado, possui um enredo que não me agradou tanto quanto os anteriores. Talvez seja pela previsibilidade e do excesso de romantismo atribuído à Estela e Jorge. Os devaneios por amor nesta obra foram elevados à décima potência e isso, aos olhos modernos, soa um tanto forçado por demais. Fora isso, é uma obra digna de nota pela forma como é contada: deixa o leitor órfão quando acaba. Sigo agora para sua mais famosa obra e que catapultou Machado ao Realismo brasileiro. Vamos ver como será relê-la com outros olhos depois de tanto tempo..." Nota: 4
"Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881) - não é de se admirar que tal obra seja alçada a uma das melhores já escritas. É contrastante a guinada de Machado a um estilo escrita e abordagem que rompe com o que vinha compondo até então. A densidade da obra é enorme. O humor ácido, a ironia, a sátira, os problemas sociais e políticos, a filosofia, o escancaramento do caráter humano, com a loucura, o adultério, a mesquinhez e a hipocrisia, pra citar o que me veio à cabeça . Tudo isso narrado por Brás, o managão, o pelintra, nosso narrador morto, o que já não tem apego às formalidades e convenções sociais para lhe impor o freio do que se tem a dizer. A liberdade de já estar do outro lado da vida confere a esta obra uma experiência de leitura fantástica, em que todos esses aspectos estão entremeados e em perfeita sintonia, sem meias palavras. Apesar dos 160 capítulos, todos curtíssimos, é uma leitura pesada, mas não menos recomendada." Nota: 5
"Casa Velha (1885) - o segundo romance da fase realista de Machado retoma o tema abordado em Helena, o relacionamento entre irmãos. Obra curta, obscurecida pelo impacto causado pelo romance anterior, Memórias Póstumas de Brás Cubas, Casa Velha dá nova roupagem a um tema já debatido sem acrescentar algo novo. Talvez seja por isso um dos motivos, dentre outros, de o título do romance ser este. Sem dúvidas, Helena é melhor." Nota: 2
"Quincas Borba" (1891) - Sétimo romance de Machado de Assis e terceiro de sua fase realista, Quincas Borba é magnífico. Pensava que fosse ser tão chato quanto a parte dedicada ao personagem em Memórias Póstumas. Sim, Quincas Borba faz uma ponta em Memórias, como amigo de Brás Cubas. Ali entramos em contato com a filosofia Humanista e com todo o devaneio de Quincas. Parte chata, difícil. Mas qual não foi minha surpresa quando leio o livro desse personagem! É certo que não se vai em miudezas sobre sua origem, nem sobre como chegou a ficar louco. A parte inicial já traz a temática mais conhecida do livro e não menos impactante: 'ao vencido, ódio e compaixão; ao vencedor, as batatas'. Ela é explicada a Rubião, amigo de Quincas. Neste ponto do livro o leitor já entende como Rubião pode ter chegado à circunstância onde se encontrava na primeira página do livro. E ainda temos o cachorro, que confere à obra um humor e uma pena sem igual. Depois vamos entrando em contato com outros personagens, como o casal Sofia e Palha e outras histórias paralelas, que achei desnecessárias serem expostas da maneira tão exaustiva como foram. No geral, é um livro complexo sim, que explora máxima do vencedor, as batatas, mas é excelente. Não é difícil de ser compreendido, afinal os temas tratados são muito humanos: a ganância, o interesse, a dissimulação, a ironia, a hipocrisia, etc. A humanização dos personagens não permite maniqueísmos. Pena mesmo me deu o Quincas Borba, o cachorro, uma das extravagâncias do seu dono..." Nota: 4
"Dom Casmurro" (1899) - Oitavo romance de Machado de Assis e quarto de sua fase realista, compõe, junto com Memórias e Quincas Borba, a tríade mais aclamada de seus escritos. O início do livro é arrastado, confesso, mas aos poucos vamos saindo do marasmo até conhecermos Escobar, amigo de Bentinho, o narrador. Há quem veja que Bentinho idealizava até demais essa amizade... A partir daí temos todos os elementos que tornam este romance um dos mais enigmáticos e incríveis da literatura: afinal, Capitu traiu ou não traiu? O leitor está a todo momento sob influência de Bentinho, que conta a história sob sua perspectiva de uma maneira sedutora. Dessa forma, ele tem nas mãos o poder de fazer com que sua visão dos acontecimentos seja a verdadeira. É mais ou menos o que acontece com o livro Lolita do Nabokov. Mas o que torna Dom Casmurro ainda mais atraente é que ainda que o leitor veja com ceticismo a visão de Bentinho, supostamente traído pelo amigo e pela esposa, não é possível bater o martelo e contradizê-lo. O tema da traição não é novo em Machado, mas neste romance temos a complexidade da mentalidade humana como elemento adicional. Assim, o não dito (no caso, a versão de Capitu e de Bentinho) e o que está nas entrelinhas também devem ser levados em consideração para uma leitura enriquecedora e para compreender a grandiosidade dessa obra." Nota: 5
'Esaú e Jacó' (1904) - Nono romance de Machado e quinto de sua fase realista, este livro centra-se em questões essencialmente políticas. O contexto histórico em que foi escrito é turbulento e Machado traduz a polarização crescente no Brasil república por meio de dois irmãos gêmeos que, apesar de rivais, possuiriam um futuro promissor. Coisas futuras. Então fica a dica desde já: a leitura de Esaú e Jacó deve estar focada no contexto histórico-político de transição entre a monarquia e a república, sobretudo nas partes mais romanceadas. São nelas que Machado demonstra toda sua maestria em explorar posições conservadoras e revolucionárias e o total alheamento do povo no processo de transformação nacional. Além disso, deixa claro que posições políticas são negociáveis ao bel prazer da direção dos ventos e que tudo é uma questão de acomodação de interesses. Um livro para aprender mais a respeito do Brasil." Nota: 5
'Memorial de Aires' (1908) - Décimo e último romance de Machado e sexto de sua fase realista e coincide com ano de sua morte, é um livro que menos me encantou. Feito com base nas anotações do diplomata aposentado, o Conselheiro Aires, o memorial retrata o cotidiano de Fidélia, Tristão e o casal Aguiar. As anedotas já não contam com a ironia e o sarcasmo típico de Machado, nem as observações políticas ácidas, o que eu não esperava, dado o período retratado no livro (1888-1889). Ao contrário, elas estão permeadas de uma impotência misturada a uma valorização do que se foi, de um processo de reconhecimento e aceitação da velhice. O que mais me chamou a atenção ao longo de todo o livro foi essa ambivalência entre a morte e a velhice, sobre essa contingência da vida em que não há muito que ser feito, tão-somente aceitar. Ao final do livro, fica-me esses dois excertos dito pelo Conselheiro ao desembargador, que acaba por não compreendê-los: "a mocidade tem o direito de viver e amar, e separar-se alegremente do extinto e do caduco"; "se os mortos vão depressa, os velhos ainda vão mais depressa que os mortos"." Nota: 2